Monólogo
Olhei para o horizonte à procura de algo
Nem o íntimo sabia o que procurava
O coração sabia?
Sim. O coração sabia mas não queria admitir
Recusava-se a dizer em alto e bom tom
Que o que eu buscava era vestígio de um amor
Que amor?
Não sei bem explicar...apenas digo que é um amor que chegou
E se apossou, e se alojou, e se eternizou
E criou raizes, matizes e silenciou
Silenciou por quê?
Porque era um monólogo, a outra metade era ausente
E a ausência arrefeça e destrói e deteriora
Os nutrientes essenciais para alimentá-lo...
Perdeu-se no tempo
Culpa de quem?
A resposta a esta indagação se faz mister
Mas sufoquei-a até segunda ordem
Por enquanto o coração está em desordem
Prefiro silenciar a julgar.
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(?...)