Amor descalço II

Nem sempre de pés descalços,

Se beija o ato,

Muitas vezes de salto alto,

Se beija o pé.

Quase sempre,

Num ínfimo momento,

Jaz ao chão, os sapatos e os saltos...

Ma se agradece o beijo,

Por sentir-se infinitamente mulher,

Sem ser súplica,

Sem ser reza.

Se agradece o beijo,

Por ser confiança,

Que em latim, ”con fires”

Diz-se fé.

A mesma fé que preenche

O coração no ato do sexo,

Ou no ato do amor...

A mesma fé que rompe couraças,

A mesma fé que ora sacrilégio, rompem-se desejos.

Descalços,

Arco de novo com o ato.