Vidrado

Eu não quero uma ferrari

Nem andar de avião

Eu só queria, se pudesse,

Tirar meus pés do chão

Sou utopista desorientada

Ando somente em barca naufragada

E de todas as purezas

As minhas são do cão

Jogo sinuca com o taco ao contrário

E buraco eu só sei do que se faz na terra

Escrevo para mais do que irritar minhas dores

Não nasci o Pelé, sou mais um poeta

Eu leio livros de Literatura

Mas vou ser Química daqui a uns anos

Não sou Einstein nem o próximo Shakespeare

Me descubro somente mais um insano

E se por vezes erro o caminho

Não retorno ou mudo de direção

Não sou a Senhora do Destino

Mas meu futuro é flutuar (ou não?)

Se um dia, quem sabe, me vires

De lápis e papel na mão

Ou a química ou a poeta

Prazer em te conhecer, sou criadora de vocação.

Emanuele Valente
Enviado por Emanuele Valente em 30/07/2008
Reeditado em 31/07/2008
Código do texto: T1104997
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