Vidrado
Eu não quero uma ferrari
Nem andar de avião
Eu só queria, se pudesse,
Tirar meus pés do chão
Sou utopista desorientada
Ando somente em barca naufragada
E de todas as purezas
As minhas são do cão
Jogo sinuca com o taco ao contrário
E buraco eu só sei do que se faz na terra
Escrevo para mais do que irritar minhas dores
Não nasci o Pelé, sou mais um poeta
Eu leio livros de Literatura
Mas vou ser Química daqui a uns anos
Não sou Einstein nem o próximo Shakespeare
Me descubro somente mais um insano
E se por vezes erro o caminho
Não retorno ou mudo de direção
Não sou a Senhora do Destino
Mas meu futuro é flutuar (ou não?)
Se um dia, quem sabe, me vires
De lápis e papel na mão
Ou a química ou a poeta
Prazer em te conhecer, sou criadora de vocação.