SEI QUE SOU

Se eu fosse escultora

Não queria trabalhar com argila

Nem com nenhuma matéria prima

Que não fosse colhida

De dentro de minha alma

Quando ela está sentida

Se eu pintasse um quadro

Queria que sua tinta escorresse

Para que os meus melhores sentimentos

Nele não ficasse e assim

Pelo mundo se espalhasse

Se eu fosse um pássaro

Jamais voaria baixo

A não ser quando tivesse fome

Então mergulharia num vôo rasante

Para aplacar, inclusive, minha sede

Que chega a ser dissonante

Ah! Se eu fosse o Sol

Estaria sempre entre o Nascer

E o seu Pôr...

Sem me opor a nenhum estado

Que ele quisesse permanecer.

E se eu fosse a Lua

Ficaria sempre à disposição

Dos poetas e dos enamorados

Para que esses me dedicassem

Sempre lindas homenagens

Mas, como nada disso sou

E nem mesmo sei quem sou

Vou continuar pensando ser

Apenas Ysolda