poema para a noite

foram ruas que nunca mais caminhei,

foram brejos que nunca mais visitei,

foram luas

que andando entre as nuvens

custavam chegar,

chegar ao fim do mundo,

chegar ao infinito

no passeio doido e embriagado que elas dão

pelas noites,

a longa distância do corpo e da lua,

esse corpo louco que pensa na lua

mas prende na terra.

foram mais de mil anos de músculo,

de sangue, de pedra,

foram tempos que eu nunca vivi,

em que eu jamais rolei uma lágrima ao chão,

mas a chuva e o barro

na terra

clamavam

o tempo chegado do vinho e do pão.

andré boniatti
Enviado por andré boniatti em 03/06/2006
Reeditado em 14/09/2006
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