poema para a noite de número 8
o relento é minha morada.
moro no vento,
na brisa da noite, que assopra, que gira,
que sonha e faz lua.
eu visto o sereno,
eu sou noite, eu sou vento, habito
o relento,
eu moro na rua.
eu passo e viajo,
meus pés companheiros
seguindo
sem medo, meus pés caminhando
do tranco ao barranco,
meus pés e eu
seguindo
sem quando e sem tempo, sem casa,
sem nada, habitando
o relento