VIDA SEVERINA: Homenagem ao Poeta João Cabral de Melo Neto

Era uma vez um menino

criado solto pelos canaviais.

Um joão desses quaisquer,

penseiro e setemesinho,

mas que venceu o prumo em desalinho

e tornou-se Poeta:

Um dos maiores daqui

ou de qualquer outro canto.

Um Poeta que não gostava

de ser chamado, Poeta.

Que dizia não gostar de música,

mas que guardava em seus versos

a silenciosa música da seca,

os sons áridos dos ventos nordestinos.

Era uma vez um Poeta,

que amava touradas,

mas que tinha medo

do Inferno e da Morte.

A Morte sempre presente

na dura sina

de quem nasce marcado

por uma Vida Severina.

- por JL Semeador, no final de 1999, para um trabalho de conclusão de curso normal; revisitado e revisado em 23/11/2010 -

jlsantos
Enviado por jlsantos em 24/11/2010
Reeditado em 25/11/2010
Código do texto: T2633584