Elas são os paradigmas das danças
A bailarina clássica
incrivelmente elástica
rodopia mais segura
ao oferecer a cintura
na hora do pas-de-deux.
A bailarina asiática
parece ter vários braços,
por saber acolher o macho,
com seus tantos abraços,
extermina a dor ciática.
A bailarina muçulmana
acolhe a semente humana
no ventre da sua dança
ou na sua dança do ventre?
É uma diva das arábias,
merece mil e uma noites
cheias de palavras sábias:
vá em frente, não te afoites;
uma odalisca como Sherazade
é para mais e mil pernoites.
A bailarina de salão
não é sereia em fieira,
seu mar é a multidão
que dança na gafieira,
são vários os seus passos
do meio da multidão à beira,
bolero é o mais compassado,
mas dança até mesmo tango!
Com ela nunca me zango.
Dança fox-trot e mambo,
tchá tchá tchá, forró,
os ritmos caribenhos,
o corpo chega a dar nó,
com tudo gozo e sambo.