TENHO MEDO

(Ah, o medo vai ter tudo, tudo

Penso no que o medo vai ter

E tenho medo,

Que é justamente

O que o medo quer)

In “Poema pouco original do medo” de Alexandre O’Neil

Tenho medo!

Chamem-me o que quiserem,

Cobarde até!...

Que hei-de fazer?!...

Sou o que sou,

Não há nada a fazer.

Sou medroso!

E daí?!...

Quem não tem medo?...

Não sou diferente de ninguém!...

Aliás,

“Quem tem cu, tem medo”

E nem sequer faço disso segredo,

Nem tal seria capaz…

O nosso Mundo não está

P’ra brincadeiras;

É tudo já

Uma questão de sorte,

Em que viver, está pela hora da morte…

E verdade, verdadinha,

É que o medo

Está tomando posse

Da nossa pobre vidinha.

Apresentem-me alguém,

De tal forma valente

Que nunca tenha sentido

Medo também,

Para eu gritar-lhe - corajosa mente -,

Ao ouvido:

-“ Cobarde e mentiroso de_mente!…

A tua mente,

Mente!

Descarada_Mente!...”

HENRICABILIO
Enviado por HENRICABILIO em 16/11/2006
Reeditado em 30/07/2009
Código do texto: T293165
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