O que conta a mãe longeva

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Perdi a conta dos dias, sem saudades,

mãe longeva em caminhos de rugas.

Se você preferir, falarei ao seu ouvido,

que sou seu menino de setenta anos;

embora ainda me sinta no cercado

segurando as barras para levantar

pela primeira vez, pois me sinto seguro.

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Calculo hoje os incontáveis dias de doçura,

todos com gestos de acordo com as

estações. A volubilidade inexistente.

Você conhece, mãe, as minhas histórias,

elas são ecos das que você contou.

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Você não precisou me proteger do pai

saudoso, meu peito ruge como

um vassoura de salgueiro, há ventania

e o desconhecimento do redemoinho.

Entendi nos seus olhos o céu

que me protege, o céu que choveu

lágrimas de preocupação e de ternura.

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A benção de Deus veio desde seu colo,

lugar da criação, numa imagem divina,

no belo parentesco com a natureza,

quando ainda mora num lugar bucólico,

enquanto sou feliz com a sua presença.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 08/05/2022
Código do texto: T7511909
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