AINDA QUE...
Ainda que jovem e bela morena
Não lhe sobravam motivos para ser feliz.
Antes pelo contrário, e à dor e pena
Cada dia mais e mais indelicada,
Respondia com poesia e beleza,
Indo buscar à memória dilacerada,
Sabedoria para escrever com graça e tristeza.
Tardando em afugentar toda a dor
Íntima, de uma alma boa e pura
Nascida para dar e receber amor.
Agora, mais feliz, vencerá a desventura,
Marcada por força de boa amizade,
Outrora arredia, indiferente e afastada
Ultrajante de sentimentos, não deixaria saudade.
Recuperaria a felicidade e a fantasia
Ainda que virtual mas, cheia de ousadia.