BRILHO

Teu brilho me atravessa

como uma aura límpida

que em sombra se escoa,

te cruzo com meu brilho

como se fosse um trem-

bala sobre férreos trilhos

que ruma ao pôr-do-sol.

Ensejamos ser crepúsculos

a cada dia de assombramentos

sob garoas ou tardes solares.

Temos a pretensão de sermos

luz para espaços ermos.

Nos lançamos ao que é incerto

por tudo que deslumbramos,

para atravessar um deserto

onde plantamos nosso oásis.

Mas não é miragem de sedentos

o manancial de água e fomentos.

Somos apenas a sombra e a luz

que reluzem sob a vida e a cruz.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 04/01/2009
Reeditado em 09/01/2010
Código do texto: T1366618
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.