Sonho antigo

À Rosilene Pires.

Se amanhã eu te encontrar,

Ó bem amada,

Eu colherei algumas rosas

Para lhe ofertar.

Se, porem, a chuva vier,

Grande amor que desconheço,

Eu secarei os teus cabelos

Com o calor de um sonho antigo.

E se quiseres caminhar,

Sem lenço ou documento,

Eu trarei alguns versos de Vinicius

Para cantarolar ao seu ouvido.

E, se acaso cansar,

Musa de minha solidão poética,

Eu lhe oferecerei o capim orvalhado

Para que possas recompor o ânimo.

Quando a noite vier solitária,

Destas que nos inspiram a escrever,

Eu ascenderei uma fogueira

Com gravetos de minhas ânsias infantis.

Mas, se acaso não sofrer,

Se o balé das estrelas incitarem um sorriso,

Eu respeitarei a sua ânsia por felicidade

Admirando-a em silêncio.

No entanto, se acaso eu nunca lhe conhecer,

Vênus sem face, fique com este desvario de poeta,

Louco e retumbante, algodão pisoteado,

Ansioso de amor e pleno de esquecimento.

Roniel Oliveira
Enviado por Roniel Oliveira em 22/01/2009
Reeditado em 23/01/2009
Código do texto: T1399410
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