As razões do Amor

Feito tudo o que pode ser feito,

Dito tudo o que pode ser dito,

Só me resta acalmar o meu peito

E romper de uma vez com este mito

De não ter feito tudo direito...

Ou pensar que faltou-me um quesito.

Pois o amor tem o seu próprio jeito

Que ignora qualquer peito aflito,

Que suplanta a euforia do leito.

Não se importa se há paz ou conflito,

Nem aceita lhe imponham o respeito

A qualquer regra, acordo ou escrito.

Ele vai, simplesmente, e decide

Por seu próprio seguir, sem licença...

Onde quer se instalar, lá reside,

Quando quer se mudar, te dispensa.

Não se guia pelo que te agride

Nem se importa com a tua descrença!

Só te resta seguir na tua lide

Sem buscar algo que te convença

Do que trás... Um sentido? Um revide?

Não te enganes: o amor nunca pensa

Se o querer que tu tens não coincide

Com castigos, ou com recompensa!

Não te iludas tentando entender

As razões que a Razão não conhece!

Segue apenas... E vive! Em resumo:

O amor vai nascer, vai morrer...

(Pois tem seu próprio ritmo e rumo!)

Apesar do teu zelo ou tua prece!

Obras publicadas: www.lojasingular.com.br

Luiz Roberto Bodstein
Enviado por Luiz Roberto Bodstein em 24/02/2009
Reeditado em 19/03/2012
Código do texto: T1455344
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