O Fogo da Paixão

O fogo da paixão nos esquenta,

Nos faz viver dia-após-dia.

Nos faz esquecer da agonia,

És ímpetuoso, e nos arrebenta!

És, tal calor, poderoso.

Faz-nos sonhar em prantos,

Um sonho amoroso!

Um deleitoso encanto!

Sonhamos acordados,

Com o dia de amar.

Corações despedaçados,

Hão de um dia se ajuntar.

Alimenta-nos a alma e o espírito.

Nos faz querer um último suspíro.

Amamos cada vez mais,

Por nossos amantes, somos tudo capaz!

Eis a paixão, eis teu fogo!

Sabes que ninguém lhe escapa,

Escapariam, mas não sois doudos!

Pois sem paixão, vos valhem nada!

Eis a paixão, eis teu desespero!

Vós, que nunca amaram,

Nunca se encantaram,

Com o olhar de um espelho?

Doudos, vos são!

Dignos de escárnios!

Sigam o caminho errado,

Na contra-mão do coração!

O que vós esperam?

Se o amor, vós enterram?

Nada vos sobrará!

Quem vos amará?

Amo, sim, áquela bela!

Que me encanta os olhos,

Que beleza áquela!

Tal encanto és notório.

Mas, se áquele que renega tal ato,

Sequer dirige-lhe louvor,

Gritará, com olhar desesperado,

Pois já sentira esta dor!

A dor do fogo apaixonado!

Vedes o quão és quente?

Deixam-vos alucinados,

Mas, nunca descontente.

Amo, mas sem odiar.

Odeio, mas sem contemplar.

Vivo, mas sem querer,

Perco, mas sem viver!

Este... este fogo! Maldito o seja!

Maldito sejas áquele, que do calor deseja!

Vós, que não vos sentem, vos alegram!

Tolos! Vossa tolice não vos sustentam!

Morro a cada segundo!

Queimado pelo fogo.

Fujo deste mundo,

O mundo do qual sofro.

Mas, dêem-me o direito!

De ser amado em demasia!

Dêem-me o vermelho!

A cor da poesia!

Beppo
Enviado por Beppo em 04/06/2006
Código do texto: T169054