café - ao dia dos namorados

hoje a xícara,

branca de porcelana,

tinha a marca do teu batom,

pensei na tua boca,

tinha o gosto

do café.

escovara os dentes

e fora,

tu, tua boca e teu corpo,

também fora tu’alma

e a xíc’ra partiu.

somente o gosto do café ficou na boca

e o meu remédio pra dormir.

torrei os grãos de meus sonhos

no fogão a lenha de teus seios miúdos,

rezei para a morte

e dormi.

depois a morte veio

e o café

derramou.