SUTIL EXAGERO

Minha mão errante

Passeia, displicente

Pelas encantadoras trilhas

Do seu corpo semi nu…

Tateia, sente, pressente,

Ávida, intermitente...

Você, de olhos fechados

Num intencional descuido

Permite... admite...

Então febril,

De você eu cuido;

Como artista a moldar sua obra

Minhas mãos desenham, caprichosas

Seus contornos;

Rosto, peito, coxas...

Descobrindo cumes,

Excitantes volumes

Sutil exagero da natureza...

Faço, do seu corpo rijo

Meu esconderijo

Fonte inesgotável

Dos meus sonhos mais loucos!

Venha, deixe que eu te conduza,

Deixe que minha mão ardente

Prossiga, atrevidamente

Até encostar na sua

Até encontrar seu prazer

Até te embriagar de amor

E nossos corpos suados

Repousem, afinal...

Num doce torpor...