Conversas minhas comigo...

Convites irresistíveis jogados ao vento

Vão... E voltam vazios...

Mesmo assim, minh’alma recomposta,

Sorri...

Ofertei-me inteira e sem reservas

A alguém que conheci...

Recebi o silêncio por resposta...

- Mereci?...

Certamente as máscaras na face

Sejam mais belas que a Verdade que despi...

- A mesmice dos dias sonolentos

Meio-vividos valem mais aqui...

Quem sabe eu me vou a outras plagas

Longínquas deste ignoto chão...

Quem sabe uma mão muito sensível

Me acolha nesta busca em vão...

Ainda quero ver os pessegueiros

Antecipando os frutos, engalanando-se em flor...

Quero ainda compartilhar a vida

Com quem me dê amor...

Convites irresistíveis jogados ao vento

Vão... E voltam vazios...

Mesmo assim, minh’alma recomposta,

Sorri...

Será a antevisão de algum milagre?...

De um sonho, de um possível vir a ser?...

Mas para tanto é necessário esvaziar-se

E esquecer...

Abrir-se para o mundo, olhar em em roda,

Permitir que outra mão acolha a rosa

Que de madura se fez...

(- Amar ainda outra vez?...)

Correr o risco calculado

De despojar-se da história de um passado

E... Sonhar talvez?...

Seguir um som no vento arremessado

E... Tentar viver?...

Quem sabe se o futuro me reserva

O amor que a vida me tirou?...

Aquieto-me e espero... O momento

Certamente ainda não chegou...

E no rosto onde as lágrimas descerram

O olhar que se fechou,

Abro portas e janelas para a vida...

- É só o que me sobrou...

- Ah! E o sorriso! O meu sorriso...

Este nunca me deixou...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 15/12/2009
Código do texto: T1980199
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