AMOR DESESPERADO

Enquanto o poeta canta suas dores, eu choro

Pois os versos cantados são tão amargurados,

Que mais parecem meus... Então, lhes rogo...,

Pelo amor de Deus, não me expor deste modo

Também tenho a tristeza, desencantos, e canto

Pois que, em mim, há um amor desesperado

Precisando ser definitivamente liquidado, morto

Nem que pra isso eu tenha que morrer de fato.

Contudo ainda sonho... E por vezes confessado

- E ao desejo apenas de ser flor sem espinho -

Só para perfumar o coração do meu amado

Que, com a franqueza de quem não sabe mentir

E jurando por tudo o que lhes for mais sagrado...

É preferível viver, sofrendo... À nunca ter amado.