Estou sozinho na noite
como ave noturna de
beira de estrada
vigiando... Vigiando...

Estou como flor
encoberta de orvalho
tremendo de frio
mas feliz no meu masoquismo
de tolerar sobre os ombros
a doce beleza que não é minha.

Estou só.
Escuto grilos.
Escuto até meu coração
fazendo tuntum tuntum tuntum.
do seu jeito renitente,
solitário e força colossal
de suportar a solidão.

Estou sozinho na noite.
Por isso escrevo.
Talvez se eu estivesse acompanhado
não escreveria, falaria
das coisas que tenho no peito.
Mas aí elas seriam néctar
para um único paladar.
E até onde minha experiência alcança
não consigo me lembrar
se seria realmente algo bom.

Acho que esse é o caminho
para ser poeta.
Um dia hei de chegar lá.
Ah. se vou! 


luznaentradadotunel
Enviado por luznaentradadotunel em 21/02/2010
Reeditado em 21/02/2010
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