SONATA PARA UM POEMA A CÉU ABERTO

Quatro versos.

Quatro tempos.

Lua ausente.

Toque de recolher

no altar de chocolates.

Tarja preta no infinito,

negra noite com seus gritos.

Quero ver geeeeente!

Trapaças de mendigo

no silêncio do catre.

Paixão de rua, toque de mãos.

Contemplação e desejo,

ocultação de jardins.

Missão de cobertores,

tatuagens, amores.

Febril poema nu.

Contrariando um deus qualquer,

noite, mendigo e mulher

sumiram sem despedidas.

Olhares são cordas de guitarra

a compor sonatas,

delírios, serenatas,

em dia despido de sol.

Poeta e viola, a sós ,

num abraço em sol maior

confessam dissabores,

compondo menu de amores

para um poema a céu aberto.

Darci Cunha
Enviado por Darci Cunha em 12/08/2006
Reeditado em 27/10/2006
Código do texto: T214746
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