SONATA PARA UM POEMA A CÉU ABERTO
Quatro versos.
Quatro tempos.
Lua ausente.
Toque de recolher
no altar de chocolates.
Tarja preta no infinito,
negra noite com seus gritos.
Quero ver geeeeente!
Trapaças de mendigo
no silêncio do catre.
Paixão de rua, toque de mãos.
Contemplação e desejo,
ocultação de jardins.
Missão de cobertores,
tatuagens, amores.
Febril poema nu.
Contrariando um deus qualquer,
noite, mendigo e mulher
sumiram sem despedidas.
Olhares são cordas de guitarra
a compor sonatas,
delírios, serenatas,
em dia despido de sol.
Poeta e viola, a sós ,
num abraço em sol maior
confessam dissabores,
compondo menu de amores
para um poema a céu aberto.