Quando o silêncio toma conta de nós ...

Quando o silêncio toma conta de nós de uma forma total

Levitamos...

Apenas o fio de prata nos prende ao corpo material

E nosso espírito vaga perdidos pelos ares,

Etéreo, lânguido, buscando um só caminho:

Cortar distâncias que não mais existem

E chegar bem perto de quem por nós é amado...

- E ele nem percebe o risco que corremos...

Está lá – agora aqui! – sentado, sem nos ver...

Pensamento distante, querendo um só querer

Mas sem que a Vida lhe deixe perceber

Que a Paz que procura, só com a amada está...

Olhos perdidos no horizonte...

Pensando amores... Sonhando com uma fonte

Onde há amor inesgotável... E que agora,

Poderia estar fruindo...

Pensa talvez num rosto, ou num sorriso...

Sorri... E lágrimas escapam-lhe dos olhos

E vão formando a figura de uma flor...

Queria beijar estas lágrimas tão tristes,

Sorvê-las uma a uma, demonstrando meu amor...

Beijar-lhe o rosto, afagar-lhe a cabeça

E abraçá-la com ternura junto ao meu coração...

- Mas isto não é permitido aos espíritos que fogem

De seu corpo e não cumpriram ainda sua missão...

Sussurro seu nome bem baixinho,

Tento abraçá-lo, mas meu corpo levitando,

Não me permite, não...

Ele estremece e se arrepia:

- Será que sentiu a presença desta

Cuja lembrança lhe enche o coração?...

Volto. Antes que se rompa o fio de prata!...

Assumo meu corpo, que absorto estava,

Inerte, ante minha fuga da prisão...

- Estranho: trago duas lágrimas de prata

Que ainda estão úmidas na minha mão...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 30/03/2010
Código do texto: T2167322
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