Não aos sonhos

Talvez ela saiba.

Que ao longe alguém ainda não dorme, escuta um antigo relógio cantar meia noite e sussurra palavras para nunca serem ouvidas.

Ah, se esse nunca fosse sincero como seu amor.

Pobre homem que sussurra e lamenta sem estar ferido.

Pois de seus desesperos amorosos e confissões em paredes vazias

Sente medo de, numa noite qualquer, não sentir o coração aflito a remexer a alma.

Mas tanta sua aflição que nunca falha: retorna antes que ele possa entrar naquele mundo de sonhos que teme em sonhar.

Espera que o dia amanheça e que sua voz abra a porta onde guarda seu amor.

Ele a espera.

Tanto espero,

Tal como,

Sem saber ainda do dia te darei uma flor, mesmo que seja tarde,

Mesmo sem coragem.

E se amado de volta,

Pobre homem.

Nunca mais precisarei de sonhos.

Estarei a teu lado.

Pescador de Olhares
Enviado por Pescador de Olhares em 28/05/2010
Reeditado em 28/05/2010
Código do texto: T2285312
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