Céu e inferno!

Sem pensar entro no seu quarto

Pé ante pé vislumbro sua silhueta

Uma paixão incontrolável

Marca a golpes de cinzel

A pedra bruta do meu peito.

Foi-se o tempo que você gemia

Em louco frenesi.

O joelho.

A barriga.

Sensual tormenta!

O cabelo em cascatas sobre o ombro nu.

Foi-se o tempo da sua voz rouca.

A sussurrar o amor Shakespeariano:

_“Não chame o meu amor de Idolatria

Nem de Ídolo realce a quem eu amo,

Pois todo o meu cantar a um só se alia,

E de uma só maneira eu o proclamo”.

Oh!Dor abandona-me...

Oh! Solidão atormenta-me...

Machuca.

Vagueia.

Retorce suas mãos esquálidas

Negras.

Infames.

Deixa-me só com o meu amor.

Olhos úmidos

A dormir deitada no divã

Silhueta esguia

Sonha com o outro, agora!

Jamais!

No punhal gotas de sangue!

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Este poema dedico para todas as mulheres "Mortas por amor". Dez mulheres são mortas por dia no país. No mundo 40.000 mulheres foram assassinadas por amantes, namorados, maridos..., no ano de 2009 . Carnificina para fazer inveja aos mercenários em guerra! SOS MULHERES!