Esse meu amor

Esse meu amor, a mais humana das paixões;

No árido terreno de uma inquietação que só;

Finda de início circulares esses planos;

Dilata emudecida essas tão surdas razões;

E segue contra tudo que li e sei; pondo;

Ao senso contra, tudo acho que sei e vi.

Esse meu amor, esse meu vadio amor;

A mais frágil das manhas serranas;

Despido de nuvens e nu de brisas;

Para no espelho d'água e procura,

Pelas sombras refletidas do futuro.

Pela brasa interior que move os homens.

Olho no espelho pra encontrar tu'alma;

E molho meu destino pra regrar tua regras;

Vamos a tréplica ou ficamos assim?

Calados, olhando, beijando, nos querendo;

E requerendo montar esse momento pitoresco;

E particular que desenhamos na imaginação.

Olho no espelho pra encontrar tu'alma;

Ou pra não perder a minha vaidade de ser teu?

Esse meu amor, a mais lidima canção do nauta;

Regrada a lágrimas de justiça e bem querer

Derrama no desterro seu a guia estrela;

Da saudade que insiste em rolar rosto abaixo;

De um ego anarquista e revel somente.

O meu amor, esse calor que à porta espera;

Desiste aprender em ser só pura e simplesmente

Por ser assim: a mais humana das paixões.

Michael Wendder
Enviado por Michael Wendder em 08/10/2010
Código do texto: T2545197
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