Esse meu amor
Esse meu amor, a mais humana das paixões;
No árido terreno de uma inquietação que só;
Finda de início circulares esses planos;
Dilata emudecida essas tão surdas razões;
E segue contra tudo que li e sei; pondo;
Ao senso contra, tudo acho que sei e vi.
Esse meu amor, esse meu vadio amor;
A mais frágil das manhas serranas;
Despido de nuvens e nu de brisas;
Para no espelho d'água e procura,
Pelas sombras refletidas do futuro.
Pela brasa interior que move os homens.
Olho no espelho pra encontrar tu'alma;
E molho meu destino pra regrar tua regras;
Vamos a tréplica ou ficamos assim?
Calados, olhando, beijando, nos querendo;
E requerendo montar esse momento pitoresco;
E particular que desenhamos na imaginação.
Olho no espelho pra encontrar tu'alma;
Ou pra não perder a minha vaidade de ser teu?
Esse meu amor, a mais lidima canção do nauta;
Regrada a lágrimas de justiça e bem querer
Derrama no desterro seu a guia estrela;
Da saudade que insiste em rolar rosto abaixo;
De um ego anarquista e revel somente.
O meu amor, esse calor que à porta espera;
Desiste aprender em ser só pura e simplesmente
Por ser assim: a mais humana das paixões.