SAUDADE

Busco e rebusco os meus humildes alfarrábios

De muitas quadras e sonetos apinhados,

Para dar-te, alegre sorrindo a flor dos lábios,

De todos um, que só se oferta aos bem-amados.

Mas, as traças as consumiram, impiedosas,

Já tantos anos faz, é certo, que os compus!..

Não posso, por isso, passar-te às mãos formosas

Um deles qualquer, a que fazes tanto jus.

Não deixarei, contudo, de pensar saudoso,

Nos passados anos de nossa mocidade,

Em que tudo era bom e belo e venturoso.

Hoje, o que posso é dar-te apenas a amizade

De um coração velho, mas forte e poderoso

Para aguentar, por ti, o peso da saudade!. .

Belo Horizonte, 29/10/2010.

Urquiza Alvim

URQUIZA ALVIM
Enviado por URQUIZA ALVIM em 02/11/2010
Código do texto: T2592062
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