O VAQUEIRO DA LUA

O vaqueiro da lua

Conduzia seu gado

Na minguante vazia

Cavalgando seu baio.

Ao bater os seus cascos

Rutilava a rua

O cavalo de Jorge

O vaqueiro da lua!

E juntando a manada

Apeou do seu baio

E cansado da lida

Entregou-se a dormir.

E num sonho de luz

Viu na réstia azulada

Num chumaço de nuvem

Cavalgando sua amada!

Porém não era um sonho

Não! não era qual nada!

Era um anjo de Orvil

Cavalgando pra lua.

E o cavalo de Jorge

Sem parar relinchava

Estranhando o corcel

Que no céu flutuava!

Eram azuis suas vestes

E fiadas em prata

Na cabeça um halo

Como deusa ou santa

E nas mãos um alforje

A princesa trazia

Lá das terras de Orvil,

Seu nome era poesia!

Seu nome era Poesia

Fugira então de um livro

Entre as frestas deixadas

Pelas traças do tempo

Pra casar-se com Jorge

Sua razão, razão sua,

Pois há muito... amava

O vaqueiro da Lua!

SBC-SP-José Alberto Lopes®

17/03/2006

José Alberto Lopes
Enviado por José Alberto Lopes em 12/11/2010
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