A rosa e o espinho

Ela é suave e delicada, perfumada e sensível

Ele é bruto e indelicado, grosseiro e perigoso

Ela é encantadora, deslumbrante e tangível

Ele é indesejável, desnecessário e doloroso

Ela é a rosa que a todos enternece e seduz

Ele é o espinho que a todos fere e incomoda

Ela é o néctar que a mais pura beleza produz

Ele é a parte que ninguém vê, ninguém nota

Mas a rosa sem o espinho não se faz por merecer

O espinho, sem a rosa, pra viver não tem motivo

Os dois seguem juntos em um constante querer

E o espinho segue feliz por ser da rosa seu cativo

A rosa vive formosa e altiva no topo do roseiral

E o espinho, sestroso, escondido na ramagem

Admira sua protegida com um carinho especial

Sabe-se privilegiado por contemplar tal imágem

De que lhe importa ser feio, bruto e indelicado

E se à todos pode causar asco ou mesmo temor

Se diariamente por tamanha beleza é arrebatado?

Nada lhe aflige se tem como recompensa a flor.

Com a rosa nasceu, viveu, e com a rosa perecerá

Não poderia sentir-se o espinho mais afortunado

E em seu leito de morte, seu perfume o embalará

Morte mais doce não teria nem o mais belo cravo.

Srta Butterfly
Enviado por Srta Butterfly em 28/04/2011
Reeditado em 07/12/2017
Código do texto: T2935651
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