Doce flor

Oh flor dourada dos jardins resplandecentes;

oh linda rosa dos meus sonhos tão fiel.

Tu que visitas o meu sono tão freqüentemente,

e que floresce os verdes campos de papel,

Tu que penteias, do horizonte o pelo vasto;

e que caminha no mais vívido esplendor.

És como o céu que esconde o alabastro,

és como a nuvem que do céu esconde a cor.

Ah quem me dera ter-te nas mãos tal como ave,

prisioneira em meus sonhos de amor,

ter como nota principal, como na clave...

ter como o som do gorjeio abrasador.

E já não tenho doce voz como de escuta;

nem sei cantar tão ardente e louco amor;

e já não faço do poema uma cicuta;

e já não tenho em pranto amargo viva cor.

Só sei que sonho com a luz dos olhos belos,

me iluminando com mais lindo resplendor,

só sei viver com teu rosto em tenro anelo,

anelo rude que se tenra ao vero alvor.

E o sol dourado que te inveja tanto brilho,

se esconde tímido no varal da imensa dor.

E uma jornada em teu corpo assim trilho

na luz divina dos teus olhos, oh doce flor.

Zezinho França

Zezinho França
Enviado por Zezinho França em 02/11/2011
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