PLUGADO EM VOCÊ**

Se eu me ferir de corte

com palavras de ponta,

que seja pra te buscar

estrela que aponta

onde o dia se esconde.

Se precisar me grite

que lanço âncoras,

me faço ponte pra te alcançar.

Clamo aos anjos que desçam

e protejam seus passos.

Se quiser me faço barco,

abro picadas, novos caminhos.

Estou só, mas Deus acima

molda a paisagem,

faz o clima, o enredo

e guia meus desatinos.

Se precisar me ligue

me bipe, se comunique.

Estou só comigo e meus ais,

com o peito partido.

Estou só na contramão,

nos descaminhos da noite.

Me aceite, me receite

o remédio bendito,

o bálsamo pra minha dor.

Lance um sinal nos céus,

solte rojões, faça um escarcéu

que eu te busco onde quiser,

em Katmandu, Nepal

Freguesia do Ó.

Sou antena,

o internalta que aguarda

seu sinal na web.

Bata tambores,

dedique uma canção

pela rádio pirata.

Salte de pára-quedas

sobressalte-me, ataque.

Faça algo, me salve,

minha nave, minha ave maria,

minha sina e destino.

cp-araujo@uol.com.br