APORTO-ME






De aportar ao teu porto não me importo

antes o aconchego me estonteia

no vislumbre do amor que me incendeia

o desejo do acerco desse porto



Se sonhas com o momento de atracar

do meu barco ao cais da tua vida

Também sinto essa pressa minha querida

Mas a maré impõe-nos esperar



E as bocas que esperaram tanto tempo

para em presença saberem se expressar

irão por fim unidas se beijar

pondo um ponto final neste tormento



Antes que surja breve a rósea alva

da bruma esmaecida do passado

chamar-te-ei querida e serei teu amado

nos lençóis de uma duna feitos d’ algas





Portugal

 
Eugénio de Sá
Enviado por Eugénio de Sá em 16/01/2007
Reeditado em 06/12/2013
Código do texto: T349059
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