Num canto qualquer

Num canto qualquer
Em qualquer lugar
Da minha casa vazia
Do meu quarto fechado
Do meu coração calado
  Há tua marcante presença...

 Presença ausente que se faz
Quando desperto na noite
 E vejo o leito em desalinho
 Porque teu amor fez pernoite
Em um lugar qualquer
Num canto qualquer...

Mas tua ausência é presença
Nas lembranças que me vêm
Ao abrir a janela para ouvir as estrelas
Que falam em tristezas com certo desdém
Mas brilham soberanas no céu da minha vida
Fazê-las calar? Ninguém as detém...

Vendo-as assim, estranha nostalgia
Invade o céu do meu mundo
E as luzes se apagam e tudo é apatia
Porque as estrelas que traziam presença
Forma tragadas pela tua ausência
Deixando saudade num canto qualquer...