Conselhos ao Coração







Não se pode insultar um coração

Por ser crédulo aos impulsos do amor

Quantas vezes reage assim à dor

Negando-se a aceitar outra razão



E se às curvas da vida são subjacentes

Anos de solidão e esquecimento

Ele sabe conceder o justo acolhimento

Aos desejos de um outro eloquentes



Quando nas asas das gaivotas são trazidos

Ou na aventureira lenda de um velho galeão

Este nobre e sensível coração

Ouve sentido de outro os seus gemidos



Não se manda que se feche à luz

Condenando-o à torpe escuridão

Não se pode ordenar ao coração

Uma resignação que ao sofrimento induz



Mesmo se distante se encontra o seu par

Mas a esperança lhe aflui no sangue que lateja

Então alegre o coração festeja

A certeza do amor que lhe chega do mar



Porque da espera um dia há-de chegar

Em que os dois corações batam lado a lado

E juntem alegrias de samba de e de fado

Numa praia qualquer de um qualquer mar






Portugal

 
Eugénio de Sá
Enviado por Eugénio de Sá em 18/01/2007
Reeditado em 06/12/2013
Código do texto: T350794
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