NÃO HÁ MAR

Houve mar nos meus olhos pra te revolver,

mas fugi de viver a grandeza do afeto;

contornei furacões, maremotos, ressacas

pra manter minhas placas de senhor de mim...

Tive tanto a doar, mas me tranquei no peito,

fiz a minha emoção se desfazer no ar,

pela força do medo inerente à fraqueza

que se fez de franqueza pra dizer que não...

De repente meu mar se converteu em pranto;

não há lenço nem manto pra secar meus olhos

e teus olhos se foram, viraram miragem...

Desaguei no deserto e me juntei ao pó,

vim somar minhas mágoas às dunas do caos

destes olhos escravos de já não há mar...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 27/02/2012
Código do texto: T3523517
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