UM CORTE POR SANGRAR

Temos algo pendente; um momento, quiçá,

Um fiapo de carne que ficou no dente;

Uma fibra da fruta que sequer comemos;

Nossos remos precisam conhecer o mar...

Há um sonho guardado na verdade crua;

Um luar afogado na lua sem mel;

Somos flores não dadas depois de colhidas,

Uma vida que segue por duas estradas...

É que nós nos devemos, nem sabemos quanto,

Pode ser que bem mais do que dê pra quitar,

Pode ser que nem tanto, mas a vida cobra...

Precisamos orçar os nossos eus pendentes

Que viraram reféns de nossa indecisão;

Somos uma incisão que precisa sangrar...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 20/06/2012
Código do texto: T3734978
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