= A flor do areal =

Pobre flor do areal

Tão só, bailando ao relento

Não tem quem a cultive

Ninguém ouvi os teus lamentos.

Tens a beleza singela

As cores em aquarela

Seu perfume delicioso e discreto

De uma jovem donzela.

Colher-te, seria muito triste

Deixar-te sozinha a tua própria sorte, é tão forte!

Se a levo para exibir ao mundo

Precipito a sua morte.

Que maldade, oh! mãe natureza.

Porque não a fez crescer em um lindo jardim

Teria ali, todas as outras flores

E os olhares se repousariam em ti.

Sabe minha flor majestosa

Eu também me sinto assim

Fico aqui a espera

De um amor forte e sem fim.

_ Meu poeta amigo

Agradeço pelos mimos teu

Não conheço outros mundos

Mas aqui é o lugar meu.

Sou alegre por natureza

Solidão nunca é uma constante

Sinto a brisa da manhã acariciar-me

E os raios do sol

A todo o tempo me abraçando.

As borboletas, as abelhas, os beija-flores

Todos vem me visitar

Fecundando-me com muito amor

Como posso reclamar.

Vejo a lua, vejo as estrelas

Vem à chuva a me banhar

Sou flor de primavera

Minhas sementes devo espalhar.

Sabe poeta amigo

Porque tecer lamentos

O mundo é tão bonito!

O que muito me entristece

É a ausência dos sentimentos.

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 16/09/2012
Reeditado em 16/09/2012
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