NA LINHA DO TREM

Na linha do trem

Na linha do trem do passado

As estações são lentas,

Desordenadas

E o meu passo vai descompassado

Vai sem fôlego

Vai sem ritmo

Vai sem pressa

Na linha do trem

Aguardo suas desculpas

E guardo em uma caixinha nossos pertences

O que era meu e seu

Na linha do trem

Pisoteio as lembranças,

Pois com elas

Vem tuas palavras hiperbólicas

Chamando-me de mentirosa

Via e-mail

Na linha do trem

Você nunca está lá

Só sua sombra

E alguns conhecidos

Que me fazem lembrar você.

Fomos felizes?

Hoje, constato que não.

O tempo passou, você engordou, envelheceu, mudou (só não sei se para pior ou melhor)...

O tempo passou para mim também.

Já não somos velhos amigos.

E o que somos um para o outro?

Uma farsa, um engano e uma incógnita.

Isto tudo sou eu

Isto tudo é você.

Apenas nós,

Aqui de novo,

Na linha do trem...

Andréa Ermelin

05 de Dezembro de 2012.

Salvador-Bahia/ Brasil.

terça-feira

Andréa Ermelin de Mattos
Enviado por Andréa Ermelin de Mattos em 05/12/2012
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