Um vôo cego de saudade

Meu pensamento, hoje, amanheceu rebelado.

A claridade do dia que nascendo estava,

Sequer,fazia parte do meu quarto,

Quando assutada ví que, o pensamento voava.

Tentei desesperadamente, conter o teimoso.

Porém do meu controle, o astuto fugava...

Ganhou um espaço, iminentemente perigoso.

E, entre apressado e ansioso,

Seu voo, para longe, alçava!

Impotente, me acho na zona de turbulência,

Onde guardo belas lembranças antigas.

E, meu sofrido coração,tem consciência

De que, alimento esperanças perdidas.

Em voos rasantes , pela cidade do passado

O pensamento cortando os ares, vai te buscar.

E, aquela noite fria de julho, foi nos encontrar

De mãos dadas, o amor e o momento mágico!

No encanto daquela noite de manso amor,

Estrelas, iluminavam nossa felicidade...

Agora, para estancar desse peito tanta dor

E não morrer, assim, aos poucos, de saudade,

Nesta cidade encantada eu vou ficar

Pelo tempo, que o próprio tempo, marcar.

Josenete Dantas
Enviado por Josenete Dantas em 29/12/2012
Reeditado em 28/11/2015
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