CANTO DOS SILÊNCIOS

Amadas,

num repente, a invernia.

Imagens rememoram

o vento e a chuva.

Num remanso de nuvens,

está Vinicius de Moraes,

poeta, copo na mão,

brindando às nove amadas

do frágil percurso.

O canto brotou nos livros,

luvas mágicas

louvaminhando

nebulosas despedidas.

Talvez tenha vindo pra dizer à vida

que usted también es dulce,

Dom Pablo de Chile,

que o tempo não existe

pras estrelas nuas.

Do livro OVO DE COLOMBO. Porto Alegre: Alcance, 2005, p. 55.