Documentada
(DOCUMENTADA)
Tatuada
O que mais desejo?
-Desejo é tuas mãos, todas elas
Tatuadas em meu umbigo
Feito um polvo indeciso.
Hálito
Vem, me sopra.
Teu hálito é quente,
Indecente...
Deflorador!
Voz
Fala...
Que tua voz é rouca
E me põe louca!
Arquitetura
Virtuoso, esquadrinhado
É teu andar, que edifica
Que me põe torta!
Tudo certo
Tu me traz felicidade
Seria tudo perfeito
Se não trouxesse também,
Essa maldita saudade
Escrever-te
O bico da minha pena
Te escreve sem dó.
Inflexiva,
Irritada,
Mas sempre apaixonada.
Urgências
Recuso pensar que ausência
Mata o amor
Decido alimentar meus vícios
E acionar eternamente
As sirenes de emergência
Que te trazem nesses caminhos de urgência.
Caixinha
Deixo-te guardado
Dentro do peito
Cancioneiro do amor perfeito e, te repito a voz,
E a ouço...
E, para todas as melodias,
Fecho os olhos
Hora melhor de ver-te...
As lembranças se orquestram
E revelam todas as coisas
E assim embalo esse amor
Sobre literatura
Tu
És o melhor livro
Que já li.
Enlace
De lado, larguei as dores.
Restei-me presa feito os pássaros
E até o coração rubi feito do teu,
Chancela a mão de casamento.
Lá vem teu perfume
E me inebria.
Lá vem tua boca
E me cala
E fico do jeito que me deixas:
-No jardim, plantada!
Retrato
Tremo diante da tua imagem
Mesmo aquela que não vejo.
Tu és o melhor prisma
Para a minha alma.
Ao menos,
Lembranças afofam
Meu peito vazio de ti.
Guardo os retratos.
O resto, mato!
Patriota
És a bandeira
Chamada de amor.
Trêmula e chorosa...
Amar-te, é quase um dever cívico,
De hastear-te diariamente.
Teu amor é meu momento cidadão
És mesmo o meu país,
É minha Pátria!
Pele
Deixas-me arrepiada
Só de ouvir aquelas palavras,
Fibrilas ousadia
E, bombeio, débil
As outras falas
Por pura teimosia...
Ruptura
Sigo ferida
Débil,
Pulsação em abandono...
Mulher em colapso
Que se atravessa,
sem dono.
Inácio
Inácio queria meus beijos
Dei-os todos
As almofadas, os travesseiros
os vespeiros. todos
todos testemunharam essa desordem