Imperceptivel


Quis contigo
Repartir meu pão
Mas não vistes em mim
O trigo triturado
A dialética do fermento
O meu poema no forno
Dos meus sentimentos
 
Olhastes apenas o joio
O corvo de olhos esbugalhado
Dilacerando o grão das espigas
Douradas
Com seu bico metálico
Faminto
 
Mirastes apenas
Meu espantalho mal vestido
Pela chuva
Molhado pelos temporais
 
Não percebestes os trigais
Vestidos com as mais belas túnicas
Mais pura que o mais fino
Algodão
Mais preciosa que a mais fina
Seda
Bailando nos campos da imensidão
Na música do alaúde da aurora...
 
 
            Luiz Alfredo – poeta
           luppilua.blogspot.com.br
 
luiefmm
Enviado por luiefmm em 25/08/2013
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