Cigana, Iara e Sereia em mim
Seu caminho começa na minha cabeça
Quando me toco sem você estar
o indicador suave e firme
percorre meu rosto.
Chego ao colo farto e arfante.
Te espero no perfume dos vícios
que invade esse cômodo
quero no macio e no viço esse torpor.
Deslizo-me e vou
Ao céu e inferno do que te imagino
Ondulando o feminino....
O caminho do umbigo
oferecido no sonho que te sonhei
Derreto...queres..
te enlouqueço por mim
Me desejo por ti
E, por ti me desejar assim,
Me ofereço qual Iara
mais plena, mais fácil
desalinhada nos girais das águas.
As linhas do futuro contam mentiras
Sentem a pressão desse presente
Leitura de ciganas corrompidas
Feito o brilho do ouro de suas mãos
O pecado das Sereias....
As Sereias do pecado...
Os desejos pecadores nas Sereias
são todos pecados...
Do meu passado...
Lembranças que deslizam por onde respiro e param:
Onde meu peito não pára de pulsar
E inspiro
E expiro
Numa taquicardia louca
e frenética
A alucinada,
Me toma conta
Me embebeda e encharca
E pronta recomeço
E como minha
Sou tua
Sou crua
Serei sempre
Nunca soube
Não sei
e nem sou de dizer não
só sei de paixão
fricção
abuso, toques
e lágrimas sempre sinceras de explosão!
Meyre Carvalho Marques
Brasília/DF
Armação dos Búzios/RJ - Brasil
março de 2007