INVENTANDO UM SORRISO

Hoje vou inventar um novo amor,

E por ele um grande sorriso,

Mesmo não sabendo como deva fazer,

Mas vou escrever algo belo sobre ele,

Transformando a minha total solidão,

Numa bela história de “um amanhecer”.

Tirarei da alma com papel carbono,

Fazendo uma bela cópia do que tenho,

Das minhas melhores e eternas lembranças,

Pedaços de um rápido mas lindo momento,

Que talvez já tenha caído no esquecimento,

Por quem um dia o dividiu comigo,

Deixando-me uma única e triste herança,

Essa imensa e penosa saudade que sinto.

Mas, prometo-lhes... vou tentar me superar,

Vou fingir e mentir que esqueci esse amor,

E colocar nesta grande tristeza um sorriso,

Dividindo com todos cada bom momento.

Pois tantos hoje desejam que eu sorria,

Então venham e olhem nos meus lábios,

Imploro que não olhem nos meus olhos,

Pois sou apenas capaz de mentir um sorriso.

Poderão assim ler as minhas copias perfeitas,

Sem nunca desconfiar da dor atrás dessas letras.

Perdoem-me mas é tudo que consigo fazer,

E assim inventar um motivo pra poder escrever.

Farei de tudo para que acreditem em cada rima,

Para que sintam ser sempre a minha real poesia,

E mesmo sabendo que nunca serei o que escrevo,

Nem saberei do destino dado a cada poema,

Como também ao que ainda guardo na alma,

Serei neste instante capaz de qualquer coisa,

Para inventar uma linda história neste tema.

Creia, será fácil faze-lo no silêncio em que vivo,

Muito fácil para alguém que esteja assim como eu,

Perdida nas letras por viver apenas da louca saudade,

E desta tristeza pelas poesias que foram esquecidas,

Contendo nas rimas o mais terno e sincero sorriso meu.

Sônia Ferraz / Serei@SP 12/08/03

Sonia Ferraz
Enviado por Sonia Ferraz em 29/08/2005
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