Bailarina Rubra-Rosa na cor e no rastro que deixa

10 3 2007

Bailarina Rubra-Rosa na cor e no rastro que deixa

Deitada na areia

Sinto-a como um colchão morno

Se moldando às minhas curvas

Gotículas brilhantes

Se acendem à minha volta

Se oferecendo em colares, anéis e tiaras lindas...

Então te peço:

-Espera, vou me aprontar

E feito uma Iara

Me acomodo nos corais

A me banhar

Busco a água de colônia

Encharco a esponja

E massageio a “sua” pele

Parte II

Ressurjo fogosa,

Curvilínea e boca de rubi

A me oferece pra ti

Até a beira da praia vai me lambendo

Entre desejosa e estranha mulher...

Vou rebolando ao teu encontro,

Como deve dançar uma mulher.

Sou o caminho que seduz

E deixa um rastro lindo

de sol e brisa desnuda

Sinto a boca que saliva

Feito experiência de Pavilov

É porque te vi

Ereto e másculo

Vens ao meu encontro com as mãos

Cheias de prendas para adornar

Delicadeza de macho

Que sabe ser além do mastro

Encaixados os anéis e pulseiras

Solta meus cabelos ao vento,

É quando sinto seu cheiro rude

E roçam-me seus pêlos rijos

Enquanto entrelaçamos os dedos

E, no tato, nos deixamos arder

Parte III

Preenche os meus espaços

Vida e amor...

E, como as ondas,

Subimos e descemos

Vales e montanhas

Todas as paisagens

Depois, deitados feito concha

Me cravas a loucura

a tocha divinal

Enquanto enche as mãos, também em conchas,

É o poder vitorioso dos meus seios

Nas suas mãos

Parte IV

Culpa toda da tua seta

Que detonou a chama

Incandesceu e incendiou meu mar.

Meyre Carvalho MEY MEY
Enviado por Meyre Carvalho MEY MEY em 24/04/2007
Reeditado em 24/04/2007
Código do texto: T461615