PRIMAVERA

Concedo-te a primavera. A minha

primavera. A que mora dentro de mim.

Onde há risos de festeiras crianças,

revoar de pássaros, floradas, rodas, azulados

finais de tardes, também prateadas

noitadas de luar. Dou-te agora a primavera.

A minha primavera, para te recompor

da árdua caminhada.

Desapontamento no olhar, de certo

tentará reclamar dos equívocos e culpar

nossos desencontros juvenis.

Eu, carinhosamente taparei seus lábios.

Porque em minha primavera as dores são

tratadas de maneira especial. As dores

d’alma são transformadas em lições

adubos para a robustez de uma nova flor

E maravilhado verei ressurgir a menina

as rugas (marcas da implacabilidade do tempo ) aos poucos se dissiparão

voltarás a rir-se de tudo,

até do nada, como antigamente

Te lembras?

E espontaneamente em fim

me darás a rosa escondida

rosa cobiça, escondida em tua amada geografia.

Ofegante e assustada me olharás

e antes que esboce um desses be a bás das convenções

eu te chamarei de menina.

Sim! Menina. A minha menina.

“Louco! Sempre louco!”

Dirás talvez por dentro.

Concedo-te a primavera.

A minha primavera.

Jota Jota Sousa
Enviado por Jota Jota Sousa em 23/01/2014
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