A FADA PERDIDA
Zezinho França
Se alguém vir uma fada,
uma linda fada brilhante
vagando pelas ruas,
peça para que volte.
Eu que nada tenho,
que nada guardo,
que nada possuo,
só tinha de meu
os encantos de uma fada.
Uma linda fada cor de bronze,
que com seu condão encantado
fazia a minha alma sorrir.
Mas a fada
que encantava o meu viver,
magoou-se
e partiu...
Não sei para onde.
Magoou-se com o meu amor insano,
magoou-se com o meu querer profano...
enfim... magoou-se... e partiu...
Se alguém vir uma fada,
uma linda fada brilhante
vagando pelas ruas...
peça para que volte.
Eu que nada tenho,
nada sei,
nada espero,
nada acredito...
Só tenho de meu
os encantos desta fada.
Uma doce fada cor de sonho
que com sua doçura
fazia a minha alma mais doce.
E eu... pobre poeta sozinho,
só tinha a fada e seu encanto,
sem ela não sei sorrir...
Onde estará a fada?
No caramanchão a dormitar?
Entre os Elfos a saltirar?
Entre os faunos a bailar?
Entre as flores a se perfumar?
Não sei...
Só sei que sem a minha fada
a vida não tem encantos,
a noite não tem estrelas,
o dia não tem brilho,
a lua não me visita,
o sol não me aquece
e o verso não me acompanha.
E assim não vale a pena viver.
Então...
Se alguém vir uma fada,
uma linda fada reluzente...
Por favor...
peça para que volte.,
e me devolva o coração.
Pois, quem sabe, a fada,
quando bateu as asas,
e partiu, acabou,
mesmo sem querer,
por levá-lo...
Ou então...
Não sei onde o guardei.
Volta minha fada!
Perdoa este poeta!
Devolve a minha vida.