CALE-SE
Cale-se
Da minha sina,
Nada sabes,
Nem tão pouco,
Desta imensa ferida,
São estes teus lábios,
Que um dia mentiram aos meus.
Cale-se
E guarde esse beijo,
Que tanto ansiei,
Junto as tuas palavras,
Contendo verdades.
Cale-se
Não vês que estou morrendo,
Dia a dia com todo esse desprezo,
E que o único remédio a minha alma,
São aqueles versos do passado,
Que em desespero ainda releio.
Cale-se
E deixe que eu te esqueça,
Nesta noite escura sem a lua,
Sem aquela nossa estrela,
Sem este amor que dizes sentir,
Mas que agora só me mostras,
Que jamais existiu.