MADRUGADA...
Ouço passos na calçada,
Nesta rua deserta,
Será um sobrevivente,
Deste mundo carente,
De esperança e afeto,
Quem sabe um ébrio,
Dos solitários bares,
Um boêmio,
Perdido em enigmas.
Ou será uma perdida,
Das esquinas da vida.
Uma criança abandonada,
Pela sociedade atormentada.
Uma vítima de intrigas,
Implorando piedade.
Será o ranger desta cidade,
Morrendo ao ver morrer,
O amor, a fé , a caridade.
Quem sabe é você,
Sem coragem para olhar-me,
Ou meu pensamento,
Obscurecido pela dor,
Ao sentir-me inocente,
Usada por tanta gente,
Sofrida por tanto amor.
janeiro /1997