UM AMOR FECUNDO
Percorro os limites da farsa,
de que fomos parte.
As ameaças de desmoronamento,
os encantos de esquina,
as tonalidades do claro/escuro,
a noite aberta sobre a avenida.
Possuí teu corpo, tantas vezes,
como se fora, me alimentando
de ostras vivas, ou da ambrósia
da alienação. Imaginei-te
no despertar da nova aurora,
e tive o desejo libertário de construir
o roteiro para os melhores significados.
Este amor, quase anarquia,
que eu tentei, profundo,
desde a minha pequena alma,
nos tempos presente e passado,
quisera tivesse restado
na lembrança, uma semente terrena,
uma incidência sólida, que fosse,
profunda, e a certeza de que,
ainda assim, teria valido a pena,
um amor tão seu, tão meu, do mundo.