UM AMOR FECUNDO

Percorro os limites da farsa,

de que fomos parte.

As ameaças de desmoronamento,

os encantos de esquina,

as tonalidades do claro/escuro,

a noite aberta sobre a avenida.

Possuí teu corpo, tantas vezes,

como se fora, me alimentando

de ostras vivas, ou da ambrósia

da alienação. Imaginei-te

no despertar da nova aurora,

e tive o desejo libertário de construir

o roteiro para os melhores significados.

Este amor, quase anarquia,

que eu tentei, profundo,

desde a minha pequena alma,

nos tempos presente e passado,

quisera tivesse restado

na lembrança, uma semente terrena,

uma incidência sólida, que fosse,

profunda, e a certeza de que,

ainda assim, teria valido a pena,

um amor tão seu, tão meu, do mundo.

Ricardo S Reis
Enviado por Ricardo S Reis em 31/05/2007
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