A mulher metáfora

Uma mulher me desúne

De mim para a vida:

Um amor de costume

A deixava sortida...

Mas o vento soprou

E a mulher que eu amava

Deixou de ser o que era e passou,

Mas uma mágoa se profundava...

Porém eu ainda vejo ela passar,

Como um perfume que ficou no tempo,

Vejo ela a contemplar

Meu poético encanto...

Então descubro que ela não existia:

Era doce encanto duma musa,

Mulher assim não havia,

Mas o fenômeno que se usa...

Qual derretente chama de amor,

A musa para mim não passou,

Mas, ao redor, não mais a vi, e a dor

Ficou, no seu lugar, e existiu...

Porém, a metáfora que a névoa embaça

Não deixou de me dizer

Que ela era uma ninfa, uma fada,

Que é sereia de não se ver...

Então voltei-me ao mar e cantei esta canção:

Não quero um conto de fadas,

Mas esta pobre ilusão,

Pois, neste poema, estás revelada...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 01/08/2015
Código do texto: T5331312
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